O primeiro lançamento orbital comercial realizado no Brasil terminou em uma bola de fogo no céu do Maranhão na noite de segunda-feira (22). O foguete sul-coreano HANBIT-Nano, operado pela empresa privada INNOSPACE, explodiu pouco mais de um minuto após decolar do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A missão, que carregava cinco satélites com experimentos científicos do Brasil e da Índia, foi completamente perdida.
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O lançamento, inicialmente previsto para o início da tarde, foi adiado para as 22h. A transmissão ao vivo mostrou a decolagem, mas foi interrompida abruptamente. A empresa confirmou o incidente com uma mensagem na tela: “We experienced an anomaly during the flight”. Imagens subsequentes registraram uma grande nuvem de fogo no rastro do veículo. A Força Aérea Brasileira (FAB) e a INNOSPACE ainda investigam as causas da anomalia.
O foguete, com 21,9 metros de altura e 20 toneladas, representava uma aposta no mercado de lançamentos de baixo custo. A operação marcava o retorno das tentativas de voos orbitais a partir do Brasil, que não ocorriam desde 1999. O CLA é strategicamente valorizado por sua localização próxima à Linha do Equador, o que permite uma significativa economia de combustível nos lançamentos.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) destacou que o contrato com a empresa coreana foi firmado sob uma modalidade que prioriza o desenvolvimento tecnológico e a inserção do país no mercado global de lançamentos, sem a expectativa de lucro direto para o Estado nesta missão específica.
O incidente reacende a memória do acidente de 2003 em Alcântara, quando uma explosão no solo matou 21 pessoas. Autoridades afirmam que, por se tratar de um voo não tripulado, não houve vítimas desta vez. A comunidade científica aguarda os detalhes da investigação para entender os impactos no cronograma do Programa Espacial Brasileiro.
